domingo, 13 de março de 2011

Síndrome da Mononucleose Infecciosa ou "Doença do Beijo"

- 90% dos casos de Mononucleose Infecciosa é causada pelo vírus Epstein-Barr (VEB). Os 10% restantes podem ser provocados pelos mesmos agentes causadores da citomegalovirose, toxoplasmose, rubéola, hepatite, HIV e adenovirose;
- Considera-se que cerca de 95% da população mundial já foi acometida pelo VEB;
- Normalmente assintomática ou inespecífica em menores de 4 anos de idade;
- Porém, em cerca de 50% dos casos, quando acomete adolescentes e adultos jovens, a doença se apresenta em sua forma clássica (e que dura, em média, 2 a 4 semanas):
  • Inicia-se com mal-estar, fraqueza, febre, dor de garganta, dor abdominal, dor muscular e náuseas que duram cerca de 1 a 2 semanas;
  • As tonsilas palatinas ("amígdalas") aumentam de tamanho, ficam hiperemiadas ("vermelhas"), com petéquias em palato e exsudato fibrinopurulento. 90% dos pacientes apresentam linfadenomegalia ("ínguas") em pescoço, embaixo do queixo, nas axilas, virilhas e até nos cotovelos. 50% dos pacientes apresentam um aumento no tamanho do baço e 10% apresentam aumento no tamanho do fígado. Pode haver edema ("inchaço") nas pálpebras. 3 a 15% dos pacientes apresenta um rash maculopapular eritematoso. Em 80% dos casos, o rash surge após o início do uso de antibióticos (ampicilina/amoxicilina).


Foto retirada de: http://www.webmd.com/skin-problems-and-treatments/picture-of-infectious-mononucleosis

 - Transmissão: contato com gotículas de saliva e intercurso sexual. Uma vez contaminada, a pessoa pode transmitir o vírus de forma intermitente;
- Laboratório: caracterizado por leucocitose (10.000 a 20.000 células/mm cúbico), com 20 a 40% de linfócitos atípicos. Há leve trombocitopenia (50.000 a 200.000 plaquetas/mm cúbico). Em metade dos casos, há aumento das enzimas hepáticas;
- Diagnóstico: pesquisa de anticorpos IgM pelo Teste de Paul-Bunnel-Davidsohn; IgM e IgG anti-VCA e anti-EBNA;
- Complicações: sintomas neurológicos (cefaléia, convulsões, ataxia cerebelar, metamorfopsia), obstrução de vias aéreas superiores, anemia hemolítica, ruptura do baço;
- O VEB está relacionado ao potencial desenvolvimento de desordens linfoproliferativas (câncer de nasofaringe, linfoma de Burkitt e síndrome de Duncam);
- Tratamento: hidratação, antipiréticos, repouso, evitar esportes de contato corporal e atividades esportivas por 2 a 3 semanas (pelo risco de ruptura do baço). Em alguns casos pode ser necessário o uso de corticóides.